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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Opinião - O Clube do Crime das Quintas-Feiras de Richard Osman


Neste primeiro livro da série Thursday Murdrer Club, vamos conhecer quatro reformados: Ron um ex-sindicalista, Ibrahim, um ex-psiquiatra, Joyce, uma ex-enfermeira e Elizabeth. Eles moram num bairro de residências para reformados chamado Coopers Chase Retirement Village que fica em Kent, na Inglaterra. 
Reúnem semanalmente para discutir crimes que não foram ainda resolvidos, criando assim o Clube do Crime das Quintas-Feiras. É através de Elizabeth que eles obtém os ficheiros destes crimes e sobre os quais se debruçam na esperança de lhes conseguir dar um desfecho. Elizabeth é a líder do grupo mas tem um passado algo misterioso e uma rede de contactos grande o suficiente que lhe dá acesso a estes ficheiros e a contactos privilegiados.

Na primeira parte do livro vamos então conhecer melhor estes quatro residentes, os seus hábitos e rotinas e um pouco das suas histórias de vida e como chegaram ao bairro residencial. Até que há um homicídio neste bairro. E pouco tempo depois, outro. Agora sim o clube vai por mãos à obra e usar toda a experiência de vida e sabedoria para investigar estes crimes.

Apesar de ter ficado com a expetativa de que seria um livro com bastante humor, isso não aconteceu. O humor, que existe, é bastante discreto e subentendido. Há algumas piadas relacionadas com factos ocorridos em Inglaterra que penso que não teve o impacto que teria se fosse nacional do país ou estivesse conhecimento do assunto.

Mas isso não me tirou o prazer desta leitura. Primeiro porque este quarteto de idosos são personagens engraçadas, muito bem descritas e estruturadas, impossível não simpatizar com eles. Depois porque a história relacionada com os homicídios está cheia de mistério, segredos, voltas e reviravoltas. É daqueles livro que nos prendem desde os primeiros capítulos. 
Gostei muito dos truques, esquemas e subterfúgios que estes residentes usam para conseguir aquilo que querem e se desenvasilharem de certas situações, especialmente como conseguiram que a policia Donna de Freitas fosse destacada para investigar estes crimes, juntamente com o colega Chris.
A história é narrada na terceira pessoa e alternadamente há capítulos com passagens do diário da Joyce, que gostei muito de ler.

É um livro que aborda algumas questões mais sensíveis relacionados com a velhice como a perda de faculdades físicas, a doença, a solidão, o luto e a perda. Mas isto é o que torna estas personagens tão reais e verosímeis. E sendo eles tão diferentes, resultam tão bem juntos com essas diferenças. Desenganem-se, esta história não se resume a estas quatro personagens, é um história muito rica, quer em número quer em diversidade de personagens.

Um  livro que recomendo a quem gosta de mistérios com um toque de humor e cujas personagens fazem a diferença na história. É um livro diferente que me cativou. Ah, e como disse no início, é uma série, por isso espero que o segundo livro seja publicado em breve!

Classificação: 4/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar deste livro.
SINOPSE

Quatro reformados com alguns truques na manga
Uma polícia com o seu primeiro grande caso nas mãos
Um assassinato brutal
Bem-vindos a... O Clube do Crime das Quintas-feiras

Num pacato bairro de residências privadas para reformados, quatro amigos improváveis reúnem-se uma vez por semana para discutir crimes que ficaram por resolver.

Ron, um ex-sindicalista todo tatuado; a doce Joyce, uma viúva que não é tão ingénua quanto parece; Ibrahim, um ex-psiquiatra com uma incrível habilidade analítica; e a tremenda e enigmática Elizabeth, que lidera este grupo de investigadores amadores... ou nem por isso.

Quando um homicídio ocorre no pequeno bairro, e uma misteriosa fotografia é encontrada ao lado do cadáver, o clube vê-se envolvido no seu primeiro caso real. Embora sejam quase octogenários, os quatro amigos têm alguns truques na manga...

Será que este gangue pouco convencional, mas brilhante, irá conseguir apanhar o assassino antes que seja tarde demais? O melhor é nunca subestimar um grupo de velhotes.

CRÍTICAS DE IMPRENSA
«Não se via nada assim desde Harry Potter.»
The Guardian


domingo, 25 de julho de 2021

Opinião - As Resistentes de Judy Batalion

 




Em As Resistentes, a autora, neta de sobreviventes polacos do Holocausto, transporta-nos para o período da Segunda Guerra Mundial na Polónia. Conta-nos como várias mulheres tiveram um papel importante neste tempo da nossa história. Infelizmente são histórias pouco conhecidas, pelo que a autora, após vários anos de pesquisa, quis deixar por escrito este relato verdadeiro da participação deste grupo de corajosas mulheres judias que se tornaram uma importante rede de resistência contra os nazis.

Os relatos centram-se em Reina Kukielka, na altura com apenas 17 anos, mas também em tantas outras mulheres que fizeram parte desta rede como Zívia, Frumka ou Chajka. Estas mulheres judias fizeram tudo o que podiam para lutar e resistir contra o nazismo: foram contrabandistas de pessoas, armas e granadas, documentos falsos e vários tipos de informação; foram sabotadoras, espiãs e serviram de correio para os mais variados fins; e até chegaram a combater. Esconderam armas dentro de pães, mensagens em código nos seus cabelos e contribuíram para a construção de bunkers subterrâneos onde vários judeus se refugiavam dos nazis. Fizeram-se passar por polacas cristãs e até resgatavam e sustentavam judeus escondidos.

"Frumka tornou-se obcecada: quem estivesse em condições de lutar não devia esperar que o salvassem! A autodefesa é o único meio de redenção! Morrer de uma morte heroica!"

"Tínhamos de ter uma vontade de ferro. Era isto que repetia a si mesma no comboio, enquanto atravessava florestas a toda a velocidade, passava por inspeções com armas presas no corpo, um sorriso estampado nos lábios."

Muitas destas jovens mulheres tinham um grande sentimento de culpa por terem sido, em alguns casos, as únicas sobreviventes na família. E penso que também por isso tinham este desejo de lutar, pois já não tinham nada a perder, além das suas vidas. 

Apesar de ter havido quem quisesse transmitir a sua experiência, e até houve quem escrevesse as suas histórias, grande parte destas histórias da resistência foram silenciadas, porque não interessavam do ponto de vista político e até porque as achavam inverosímeis e falsas. E por isso nunca foram tidas como relevantes e importantes de divulgar, acabando por, passados 75 anos, a maioria destas mulheres extraordinárias ser desconhecida.

"Censuraram-se os escritos de algumas mulheres para se adequarem a motivações políticas, outros foram tratados com incredulidade acusados de serem uma invenção."

É óbvio que estes tempos foram terríveis, as perdas humanas foram em grande escala, mas, para mim, os sobreviventes tiveram de ter uma força incrível para superar, ou, pelo menos, tentar superar toda esta vivência. O que me perturba sempre que leio sobre estes temas é pensar que no fim da guerra, há um retorno à vida antes da guerra. Mas esse período pode ser tão ou mais duro do que a guerra em si. O "voltar a casa" para a grande maioria, é para quem e para onde? Tantas famílias completamente desfeitas, sobreviventes que nunca conseguiram juntar-se à família, casas e bens materiais que nunca foram recuperados... Não sei onde os sobreviventes foram buscar forças para se reerguer, numa época onde os cuidados mentais eram tão precários e irrelevantes, é isto que mais me perturba e me deixa a pensar.

Foi uma leitura dura, crua e real deste pedaço da nossa história. Não foi um livro que consegui ler de uma assentada, tive de ir alternando com outras leituras mais leves. E não é mais um livro sobre o Holocausto e a 2ª Guerra Mundial. São histórias desconhecidas de mulheres tão jovens que tiveram a coragem e até a audácia de lutar e fazer a diferença. Leitura obrigatória para quem gosta de saber mais sobre este período negro da história mundial.

Classificação: 4/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar deste livro.

SINOPSE

Uma das mais importantes histórias até agora não contadas da Segunda Guerra Mundial.

As Resistentes, traz para a luz do dia os feitos extraordinários e corajosos de um grupo de mulheres judias que se tornaram combatentes da Resistência.
Testemunhas do brutal assassínio das suas famílias e da violenta destruição das suas comunidades, um grupo de mulheres judias na Polónia, algumas ainda adolescentes tornaram-se o coração de uma vasta rede de resistência que lutou contra os nazis.

Com coragem, astúcia e nervos de aço, estas raparigas do gueto esconderam revólveres dentro de pães, mensagens codificadas nos seus cabelos, ajudaram a construir sistemas de bunkers subterrâneos e esconderam milhares de judeus em refúgios seguros. Namoriscaram soldados alemães, subornaram-nos com vinho e uísque, usaram a sua aparência para os seduzir e matar. Dinamitaram vias-férreas e sabotaram as linhas de abastecimento alemãs.

Judy Batalion, neta de sobreviventes polacos do Holocausto, leva-nos até 1939 para nos apresentar Renia Kukielka, que arrisca a sua vida a viajar, a pé ou de comboio, pela Polónia ocupada. Batalion segue a vida de Renia e todas estas outras incríveis mulheres que foram contrabandistas, mulheres correio, lutadoras, espiãs, sabotadoras...

Poderoso e inspirador, As Resistentes é um relato verdadeiro e inesquecível acerca da luta pela liberdade, da coragem excecional, da amizade entre mulheres e da sobrevivência perante a adversidade.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Opinião - Heartstopper: Volume 2 O nosso segredo de Alice Oseman

 




O segundo volume de Heartstopper, O Nosso Segredo, não desiludiu!

Neste livro vamos assistir ao evoluir da amizade de Nick e Charlie. Enquanto Charlie tem a certeza da sua homossexualidade, Nick continua sem saber muito bem definir a sua sexualidade e está cada vez mais confuso.

Não me vou alongar mais na história para quem ainda não leu o primeiro volume não perder o encanto quando o ler.
Mais uma vez a autora conseguiu escrever a continuação desta história de uma forma envolvente e ternurenta. Aborda novamente a questão do bullying em ambiente escolar mas também vamos conhecer melhor a relação que Nick tem com a mãe. E se gostei da clareza, sabedoria e amor desta mãe!

O grande foco deste volume é no caminho que Nick vai percorrer na descoberta dos seus sentimentos, contando com a ajuda de Charlie e de alguns amigos. A arte mantém a sua simplicidade e a sua expressividade que tão bem completa a história. Tudo nestes livros é abordado de forma simples e descomplicada, tornando estes livros tão importantes para desmitificar a homossexualidade. 
É impossível não gostar destes dois miúdos e ficar conquistada com esta história!


Classificação: 4/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar deste livro.
SINOPSE

Nick e Charlie são melhores amigos. Nick sabe que Charlie é gay, e Charlie tem a certeza de que Nick não o é.
Mas um beijo espontâneo muda tudo: Charlie pensa que cometeu um erro terrível e Nick está mais confuso do que nunca... Mas o amor funciona de maneiras surpreendentes e Nick começa a ver o mundo de uma nova maneira, descobrindo uma série de coisas... especialmente, sobre si próprio.
Este é o segundo volume Heartstopper, a banda desenhada premiada (Goodreads Choice Awards 2020) de Alice Oseman



domingo, 18 de julho de 2021

Opinião - Pura Raiva de Cara Hunter

 





Quarto livro desta série do inspetor Adam Fawley, a história inicia-se com o desaparecimento de Faith  Appelford. Ela é uma adolescente muito vistosa e bonita, com uma forte presença nas redes socais que, após umas horas desaparecida, surge a deambular numa estrada, com vários ferimentos e bastante combalida. Um taxista vê-a e oferece ajuda, ela não quer ir à polícia nem ao hospital e ele deixa-a em casa, tal como ela pediu. Fawley soube do acontecido pois o taxista reportou à polícia, e tenta saber junto de Faith e da família o que se passou. Contudo elas não querem revelar o que se passou, o que deixa o inspetor muito intrigado. Faith acaba por revelar que foi raptada, colocaram um saco na sua cabeça e foi violentamente agredida, tendo tido a sorte de ter sido abandonada. Ainda assim, não quer apresentar queixa nas autoridades.

Uns dias depois, desaparece um outra rapariga, Sasha de 15 anos. Saiu de casa à noite com as amigas e não regressou. Começam a soar campainhas na cabeça de Fawley e as semelhanças com um caso seu antigo, ocorrido há 20 anos, são demasiado evidentes. Mas o autor desses crimes está preso há bastante tempo... Fawley vai ter de desenterrar e enfrentar o passado.

Gostei muito deste novo livro da série, aborda questões muito atuais como os malefícios das redes sociais, da pressão dos grupos de amigos, da inveja em torno da beleza, as agressões sexuais e também a transexualidade. Achei que a investigação e todo o caso está muito bem montados e orquestrados, contando com a habitual  e já conhecida equipa do inspetor.
Como já vem sendo habitual, a autora transcreve vários depoimentos dos suspeitos e testemunhas ao longo da narrativa, assim como alguns excertos de posts e comentários retirados das redes sociais. 
Devido à ligação deste caso com o passado de Fawley, o que nos foi revelado respondeu a algumas questões que os outros livros deixaram em aberto. Foi por isto uma leitura que me prendeu e à qual fiquei viciada, querendo saber qual seria o desfecho.

O final desta história surpreendeu, não imaginava tal desfecho. Já no epílogo, a autora soube bem aguçar-nos a curiosidade pelo próximo livro! 

Classificação: 4/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar.



SINOPSE

UMA RAPARIGA É RAPTADA NAS RUAS DE OXFORD. MAS ESTE É UM RAPTO DIFERENTE, PARA O INSPETOR FAWLEY.
Uma adolescente é encontrada a vaguear pelos arredores de Oxford, desorientada e angustiada. A história que Faith Appleford conta é assustadora: amarraram-lhe um saco de plástico na cabeça e levaram-na para um local isolado. Por milagre, sobreviveu. Mesmo assim, recusa-se a apresentar queixa.
O Inspetor Fawley investiga, mas há pouco que ele possa fazer sem a cooperação de Faith, que parece esconder alguma coisa. Mas o quê? E porque será que Fawley continua com a sensação de que já viu um caso como este?
Quando outra rapariga desaparece, Adam Fawley não tem escolha e tem mesmo de enfrentar o seu passado.

CRÍTICAS DE IMPRENSA
"Hunter rejuvenesceu o género, enriquecendo-o com detalhes, ao mesmo tempo que sublinha aspetos cruciais sobre alguns problemas da sociedade."

Financial Times

"Pura raiva consolida Cara Hunter como uma das escritoras de crime mais empolgantes do momento."

John Mars, autor de bestseller

"Rica em detalhes, plena de tensão e apimentada com o humor sombrio de Hunter, esta é uma série que está a alcançar novos patamares de excelência."

Pam Norfolk, Lancaster Guardian




segunda-feira, 12 de julho de 2021

Opinião - A Ilha Sagrada de L.J Ross

 





Este é primeiro livro da série do detetive Ryan que já conta com 18 obras. Foi um livro inicialmente publicado em regime de self-publish, e, ao contrário do que geralmente se pensa, não é pode ser uma edição de autor que não é um bom livro. E a prova disso é que alcançou o n.º 1 da Amazon e a série já vendeu mais de 4 milhões de cópias.

Vamos ser transportados para a Ilha Sagrada, localizada na costa nordeste de Inglaterra, um cenário real, também conhecido por Lindisfarne e que é acessível por carro quando a maré está baixa. Um pequena ilha com apenas 200 habitantes.
Na véspera de Natal a jovem Lucy Mathieson é encontrada morta, num cenário macabro, nas ruínas do mosteiro de Lindisfarne com sinais de ter sido um sacrifício ritual.

O detetive Ryan é forçado a regressar ao trabalho mais cedo do que o previsto, após uma licença. Ele estava a recuperar de um caso policial que o deixou devastado e escolheu precisamente a ilha para se afastar e tentar recompor-se.

A Dra. Anna Taylor é chamada como consultora para ajudar nas investigações devido à sua formação e conhecimento aprofundado em rituais e tradições pagãs. Ela é originária da ilha, mas também ela tem um passado traumático que a levou a sair da ilha e procurar reiniciar a sua vida noutro sítio.

O detetive Ryan e a Dra. Anna vão, em conjunto, tentar descortinar que foi o assassino de Lucy mas inicialmente a relação entre os dois não foi muito amigável. Porém, ambos têm um passado semelhante de sofrimento que os poderá aproximar.

A narrativa desenrola-se neste cenário fechado deste ilha, onde todos se conhecem mas onde parece que uma aura misteriosa em volta da ilha e os seus habitantes. Uma história cheia de segredos, mistério e suspense que aborda várias questões como a religião e o culto, havendo também várias referências a marcos históricos religiosos.
Gostei bastante deste livro que me prendeu à sua história, e cuja leitura se tornou viciante. A história do detetive Ryan e o passado da Dra. Anna na ilha também me deixou muito curiosa, ao ir sendo revelado aos poucos no decorrer da trama. São bastantes as personagens o que faz como que haja vários suspeitos da morte de Lucy. Confesso que desconfiei de várias pessoas à medida que ia lendo mas fui surpreendida pela revelação final. É um final que me deixa com muita vontade de ler o próximo livro da série.

Classificação: 4/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar.




SINOPSE

Após ser forçado a tirar uma licença sabática, o detetive inspetor-chefe Ryan refugia-se na Ilha Sagrada, na costa nordeste de Inglaterra, para recuperar de um caso policial que o atormentou.
Contudo, poucos dias antes do Natal, o detetive é forçado a regressar ao mundo tenebroso do crime quando uma jovem é encontrada morta nas ruínas do mosteiro de Lindisfarne, tudo levando a crer ser um sacrifício ritual.
A Dra. Anna Taylor regressa à Ilha Sagrada, sua terra natal, como consultora criminal e as memórias atormentam-na, fazendo-a confrontar-se com o seu passado traumático. Anna e Ryan trabalham em conjunto para caçarem um assassino que se esconde à vista de todos, enquanto rituais pagãos e a vida comunitária turvam as águas da sua investigação.

A Ilha Sagrada é o primeiro livro da série do detetive Ryan, uma coleção que já conta com 18 títulos e que invariavelmente ocupa os lugares do top de vendas com mais de 4 milhões de exemplares vendidos.


sexta-feira, 9 de julho de 2021

Opinião - A Noiva Cigana de Carmen Mola

 





Este é o primeiro livro de Carmen Mola, um pseudónimo de uma autora espanhola que ninguém conhece, um pouco ao estilo da italiana Elena Ferrante. É também o primeiro livro da série da inspetora Elena Blanco.

A história transporta-nos para Madrid onde Susana, filha de pai cigano, desaparece após a sua festa de despedida de solteira. É encontrada morta dois dias depois, após ter sido submetida a tortura na sequência de um ritual estranho e macabro. O mais surpreendente é que a sua irmã, Lara, foi assassinada da mesma forma, sete anos antes, precisamente na véspera do seu casamento. O problema é que o assassino de Lara está preso pelo crime que cometeu...

É assim que vamos conhecer a nossa protagonista, a inspetora Elena Blanco. Ela chefia a chamada Brigada de Análise de Casos, uma equipa que investiga casos que geralmente não são resolvidos. É uma mulher que vive sozinha, que gosta de frequentar bares de karaoke, e que, frequentemente chega a casa embriagada. Assim que chega a casa, vai verificar as imagens de uma câmara de vigilância que tem instalada na varanda do seu apartamento, apontada para a Plaza Mayor. O que será que ela tanto procura nestas imagens?

A leitura deste livro foi muito rápida e viciante. Os capítulos são curtos e a narrativa prendeu-me logo nas primeiras páginas. Achei a história interessante por abordar um pouco as tradições ciganas e por ter todo este mistério à volta da vida pessoal da inspetora que me deixou completamente agarrada. O crime é algo macabro com algumas passagens mais descritivas que, apesar de não ter achado exagerado, não é para estômagos mais sensíveis. É uma narrativa que tem sempre algo a acontecer pois vai abordando quer o crime, quer o mistério à volta de Elena.

O final da história deixou-me com uma vontade louca de ler já o próximo livro, preciso mesmo de saber o que vai acontecer!
Já foi anunciado que este thriller vai ser adaptado para uma série de televisão, não vou perder.

Classificação: 4/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar.





SINOPSE

Susana Macaya, filha de pai cigano mas educada fora da comunidade, desaparece depois da sua despedida de solteira. O corpo é encontrado dois dias depois na Quinta de Vista Alegre no bairro madrileno de Carabanchel. Poderia ser mais um homicídio, não fosse o facto de a vítima ter sido torturada na sequência de um ritual inusitado e atroz e de a sua irmã, Lara, ter sofrido o mesmo destino sete anos antes, também na véspera do casamento. O assassino de Lara cumpre pena desde então, pelo que há apenas duas possibilidades: ou alguém imitou os seus métodos para matar a irmã ou há um inocente encarcerado.

Investigar uma pessoa implica conhecê-la, descobrir os seus segredos e contradições, a sua história. No caso de Lara e Susana, a detective Elena Blanco deve olhar para a vida de alguns ciganos que renunciaram aos seus costumes para se integrarem na sociedade, e de outros que não lhes perdoam, e levantar cada véu para descobrir quem poderia vingar-se com tanta crueldade de ambas as noivas ciganas.

CRÍTICAS
«Quem é Carmen Mola? Isso importa? Os seus romances cativam-nos com uma originalidade que nos subjuga e nos faz querer mais, muito mais, quando, horrorizados, percebemos que já estamos na última página.»
Jordi Llobregat, diretor do Festival Literário Valencia Negra

CRÍTICAS DE IMPRENSA
«A espanhola Elena Ferrante? [...]. Uma estrutura sólida e um argumento carregado como um policial clássico, mas que ao mesmo tempo quebra várias convenções.»
El País

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Opinião - O pássaro noturno de Johanna Mo

 






Este é o primeiro livro da nova série policial da autora Johanna Mo, sobre a detetive Hanna Duncker.
Passado na Suécia, vamos conhecer Hanna, uma detetive de 35 anos que resolve voltar à sua terra natal, Oland, de onde saiu há cerca de 16 anos devido a uma situação trágica. na sua vida.
Hanna ingressa na Unidade de Crimes Graves de Kalmar e volta a viver na pequena ilha de Oland.

Ela é a filha de um conhecido assassino, condenado por homicídio e fogo posto, Lars Duncker e o seu chefe vai ser o homem que conduziu as investigações do caso do pai, Ove Hultmark. O que irá causar algum desconforto na relação profissional de ambos.

Chegada ao seu novo trabalho, Hanna depara-se logo com um crime violento, o jovem Joel de 15 anos aparece assassinado. Quando a detetive descobre que ele é filho da sua antiga melhor amiga, Rebecka, vai ser confrontada com o passado que tinha deixado quando resolveu ir para Estocolmo. À medida que os habitantes da ilha vão tomando conhecimento da chegada de Hanna à ilha, ela vai-se sentido cada vez mais presa ao passado e aos crimes cometidos pelo pai.

Foi uma história que gostei bastante de ler, o cenário mais fechado e pequeno da ilha, onde todos se conhecem e acham que ninguém poderia ter comido este crime contra o Joel, foi bem conseguido. Um livro sem falta de ação, pois a autora vai desenvolvendo a investigação da morte de Joel, que decorre ao longo de 5 dias, e também vai-nos dando a conhecer o passado de Hanna, do pai e da sua restante família. Com capítulos curtos que incentivam à leitura rápida, este é um thriller/policial que me prendeu desde os primeiros capítulos, com alguns segredos e revelações que não estava à espera.
O final surpreende e deixa vontade de querer continuar a ler os próximos livros desta nova série.

Classificação: 4/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar.


SINOPSE
A detetive Hanna Duncker está de regresso à terra natal. Dezasseis anos depois de trocar Öland por Estocolmo, a morte do pai obriga-a a revisitar a ilha onde passou a infância. Apesar de tudo o que aconteceu lá, apesar dos mexericos e de sentir todos os olhares postos em si, é naquele lugar remoto junto ao mar que se sente em casa.
Quando Joel, um adolescente de 15 anos, é encontrado morto e com sinais de violência no parque de merendas de Möckelmossen, Hanna é arrastada para uma investigação que envolve a sua antiga melhor amiga – aquela que abandonara sem qualquer explicação.
Ao mesmo tempo que procura descobrir o assassino de Joel, Hanna continua a viver as consequências de um crime horrendo cometido pelo pai, muitos anos antes. Conseguirá, algum dia, quebrar a ligação ao passado?