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segunda-feira, 28 de março de 2022

Opinião - O Curador de M. W. Craven

 




Depois de ter devorado o segundo livro da série Washington Poe, estava muito curiosa com este terceiro livro. Posso desde já dizer que não desiludiu e M. W. Craven voltou a surpreender!

Nesta história a fantástica dupla Poe e Tilly são chamados a investigar um novo caso: uma assassino em série deixou várias partes de três vítimas em vários locais da Cúmbria, um condado no norte da Inglaterra, com uma estranha inscrição.  As vítimas foram "tratadas" de forma muito diferente o que cria muitas dúvidas em Tilly e Poe. A superintendente Jo Nightingale e a detetive Stephanie Flynn vão precisar muito da ajuda desta dupla pois as vitimas nada têm em comum. 

Quando começam a recolher algumas provas, Poe é contactado por uma agente do FBI que acha que os crimes que Poe investiga muito semelhantes com um caso que ela já teve, no passado, em mãos. A agente Melody Lee é uma agente caída em desgraça e cuja reputação está pelas ruas da amargura mas é ela que lhe vai dar a conhecer O Curador.

É impossível não ficar agarrada a este livro e a toda esta trama tão bem construída. Poe e Tilly são uma dupla incomparável, uma parceria perfeita: a inteligência de Tilly e a perspicácia de Poe. A Tilly está um pouco mais sociável e as suas tiradas sem filtro são cada vez menos (o que lamento, pois adoro-as!). É um livro cheio de ação, intenso que nos deixa completamente viciados, um autêntico "page turner". Com um final absolutamente surpreendente que jamais teria adivinhado, impossível não ficar ansiosa pelo quarto volume desta série.

Capítulos curtos, vários twists, muito suspense, um enredo macabro e negro, e um final de deixar o queixo caído, são estes os ingredientes que tornam este livro simplesmente fantástico!

Quem ainda não conhece esta dupla, aviso que estão a perder três excelentes livros! De leitura obrigatória para quem adora thrillers/policiais.


Classificação: 5/5


SINOPSE

É Natal. Um assassino em série expõe partes das suas vítimas por todo o condado de Cúmbria, deixando no local do crime sempre a mesma estranha inscrição: #BSC6.

Chamados para investigar, o inspetor Washington Poe e a analista de dados Tilly Bradshaw enfrentam um caso que não faz sentido. Por que razão algumas vítimas foram anestesiadas, enquanto outras morreram em terrível agonia? Porque é que, apesar das provas irrefutáveis, o único suspeito nega tudo, mas, ao mesmo tempo, admite coisas das quais nem os investigadores tinham conhecimento? E como explicar que todas as vítimas tenham tirado as mesmas duas semanas de férias três anos antes?

A investigação ganha contornos mais sombrios quando Melody Lee, uma agente do FBI caída em desgraça, entra em contacto com Poe. Ela não acredita que estejam a lidar com um assassino em série; ela crê que estão a perseguir alguém muito, muito pior: um homem que se autodenomina Curador.

CRÍTICAS DE IMPRENSA
«M. W. Craven claramente estudou os mestres. Intrigante, perturbador e de ritmo acelerado.»
The Times

«Soberbo.»
Daily Mail

«Arrebatador.»
The Sun

quinta-feira, 17 de março de 2022

Opinião - Eu sei o que vocês fizeram de Dorothy Koomson

 


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Acacia Villa é uma urbanização na cidade britânica de Brighton, onde, a partir do dia 1 de junho de 2020, nada vai ser igual ao que era!

Neste dia batem à porta de Rae, uma das residentes da urbanização com tremenda força. É Priscilla, uma vizinha de 50 anos que, atabalhoadamente lhe diz: "Eu sei o que vocês fizeram". Rae não entende o que se está a passar e Priscilla acaba por lhe entregar um caderno que diz conter todas as explicações e a indicação de quem a matou. Refere ainda que foi atacada e que Rae não deve confiar em ninguém. Rae entra em casa para ir chamar uma ambulância, quando volta à porta, Priscilla desapareceu... 

Rae fica na dúvida entre entregar o diário de Priscilla às autoridades, ou ficar com ele e ler todos os segredos da vizinhança.                                                                                                                            Todos os moradores são suspeitos de ter agredido violentamente a Priscilla.

Esta é a premissa para este thriller psicológico. Passado neste cenário fechado da urbanização, vamos conhecer vários dos moradores, pois a história é narrada a várias vozes. Uma história que me prendeu logo nos primeiros capítulos e sendo os mesmos curtos, permitiu que a minha leitura fosse muito voraz e viciante.

Um thriller doméstico com um toque "dark" cheio de segredos, mentiras, reviravoltas e suspense que teve um "primeiro" final morno mas um "segundo" final com um twist que surpreendeu e que me deixou com muita vontade de ler uma continuação (espero que haja!).

Dorothy Koomson não desilude!


Classificação: 4/5


Agradeço à editora o envio de um exemplar.

SINOPSE

E se os segredos dos seus vizinhos lhe caíssem nas mãos, na forma de um diário?
E se a mulher que o deixou fosse assassinada por uma das pessoas de que fala esse diário?
E se a polícia lhe perguntasse se sabia alguma coisa?
Entregaria o diário?
Ou tentaria descobrir os segredos de cada um?
Eu sei o que fizeram é o thriller viciante da Rainha das Revelações.

CRÍTICAS

"Mistério quanto baste e revelações surpreendentes o suficiente para ficarmos a pensar na forma como foi o desfecho, durante algumas horas ainda depois de terminar a leitura. Este livro tem tudo para ser um dos mais lidos este ano. E vou continuar a seguir Dorothy Koomson com toda a minha atenção!"

Sara Neves, Sinfonia dos Livros

terça-feira, 8 de março de 2022

Opinião - As Costureiras de Auschwitz de Lucy Adlington

 






Um livro que resulta de uma investigação profunda e minuciosa da vida de várias costureiras que sobreviveram a Auschwitz por saberem costurar. Umas já sabiam, outras foi neste campo de concentração que aprenderam. Este livro foi também o resultado das conversas da autora com a última costureira sobrevivente, Bracha Kohút.
Estas mulheres, muitas apenas raparigas, que vamos conhecer são oriundas de vários países, em comum têm o facto de serem judias. E por isso foram deportadas para Auschwitz.

Com a subida ao poder do partido Nazi, cedo apareceram várias leis contra os judeus, desde a proibição de frequentarem espaços como escolas, lojas e até serem atendidos nos hospitais, até à proibição de trabalharem.
"A Noite de Cristal", ocorrida a 9 de novembro de 1938, na Alemanha, foi o culminar de um longo processo de perseguição aos judeus. Foi um assalto às lojas e às casas de judeus que ocorreu na Alemanha e também na Áustria planeado pelo partido nazi.
O resultado desta noite foi devastador: calcula-se que duas centenas de sinagogas tenham sido destruídas nessa noite e cerca de 7 mil lojas judaicas tenha sido destruídas, queimadas ou danificadas. A maioria das lojas que vendiam roupas e têxteis eram propriedade de judeus, pelo que, posteriormente a este acontecimento começou a haver escassez destes produtos porque mais os alemãs que não eram judeus, não sabiam da arte.
Seguiu-se uma feroz perseguição com prisão e deportação de milhares de judeus para os vários campos de concentração.


"Os judeus na Polónia sofreram níveis extraordinários de perseguição, por vezes de antissemitas da população local (...)"

"Quando os guetos foram criados, alguns polacos lamentaram o sofrimentos dos seus vizinhos judeus, enquanto outros depressa tomaram conta dos respetivos negócios."


Algumas destas costureiras já se conheciam antes de chegarem a Auschwitz mas a maioria criou fortes laços de amizade em Auschwitz. O atelier de costura criado pela mulher do comandante do campo, Hedwig Hoss, começou apenas com uma pessoa, chegando a albergar mais de 25 mulheres, que assim tinham a benesse de trabalhar longe do frio e do calor da rua, em segurança e com direito a uma alimentação reforçada. Um passaporte para a sua sobrevivência.

Tinham a hercúlea tarefa de, a partir de restos de uniformes dos prisioneiros, muitos ainda com sangue e buracos de balas, transformar em novas peças de roupa. Existia em Auschwitz um armazém chamado de "Kanada", onde eram guardados os bens que os prisioneiros traziam ingenuamente para o campo de concentração. Estas costureiras tinha acesso ao armazém para irem buscar roupa e tecidos para criarem as peças que lhes eram pedidas. O Kanada também guardava roupa e tecidos que tinham sido roubados das lojas que tinham sido propriedade dos judeus.
No atelier faziam-se roupas e uniformes para os agentes das SS do campo, as mais variadas peças para as suas mulheres e até roupa para as mulheres da elite nazi alemã.

É impossível ficar indiferente a estes relatos de horror ocorridos neste período negro da história europeia. Nunca é fácil ler e conhecer os pormenores da constante e agoniante tortura de tantas e tantas pessoas. Apesar de ser sempre uma leitura dura considero que é uma leitura necessária para aprender e ter contacto com a realidade. Lembrar para nunca esquecer é cada vez mais importante nos dias que correm.
Confesso que o timming desta leitura não foi o melhor porque coincidiu com o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, pelo que a vontade e concentração para ler sobre este tema não foi a desejada. Mas, tendo sido uma leitura conjunta organizada pela Sandra do blog Leituras Descomplicadas, ajudou neste aspeto pelo facto de podemos indo conversando e discutindo sobre o livro. A leitura acompanhada e partilhada é sempre mais rica!

Um livro a não perder para quem gosta de ler sobre esta parte da nossa história.

"Hunya foi salva pela amizade e pela lealdade - algo que os nazis nunca conseguiram erradicar, apesar de todos os abusos que praticavam."

Classificação: 4/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar.




SINOPSE

A poderosa história das mulheres que usaram as suas técnicas de costura para sobreviver ao Holocausto, costurando roupas para a elite nazi, no salão de moda do campo de concentração de Auschwitz.
No auge do Holocausto, 25 jovens prisioneiras do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau desenharam, cortaram e coseram elegantes peças de vestuário para as mulheres da alta sociedade nazi. Um trabalho que, esperavam, as salvaria das câmaras de gás.

Este salão de moda, denominado Ateliê de Alta-Costura de Auschwitz, foi criado por Hedwig Höss, a mulher do comandante do campo e funcionava a poucos metros de distância do bloco de interrogatórios onde se torturavam prisioneiros. Das mãos destas 25 jovens saíram maravilhosas peças de roupa que fizeram brilhar as senhoras da elite nazi em Berlim.

Quando a historiadora Lucy Adlington se encontrou pela primeira vez com Bracha Kohút, a última costureira sobrevivente, sentiu a história ganhar vida e expõe a ganância, crueldade e hipocrisia.