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quarta-feira, 8 de junho de 2022

Opinião - Criada, A luta de uma mãe pela sobrevivência de Stephanie Land

 






    Stephanie Land sempre quis ser escritora. Conseguiu realizar o seu sonho e escreveu sobre a sua própria experiência de vida. A vida de uma jovem mãe, que cedo na gravidez foi abandonada pelo seu parceiro, um romance de verão. A vida de uma mãe que luta por sobreviver num país onde a desigualdade social é cada vez mais acentuada e onde trabalhar já não é suficiente para viver.

    Vendo-se a braços com um bebé recém-nascido, com os seus planos de estudar na universidade interrompidos, sem qualquer apoio da sua família mais próxima, a maioria a viver longe da sua zona de residência, Stephanie começa a trabalhar numa empresa de empregadas domésticas. Aceita o máximo de casas que consegue, tenta obter todas as ajudas estatais a que tem direito para que possa sobreviver até ao fim do mês e nada faltar à filha. Consegue ir para alguns abrigos, a maioria com más condições de salubridade, tentando sempre melhorar o interior da casa para se adequar a ela e à filha Mia.

    Num retrato duro e bastante emotivo, Stephanie relata como foi conseguindo sobreviver, muito com a ajuda social existente no EUA. Mas mostra-nos como não é de todo fácil ter acesso aos apoios sociais e como os requisitos a ter e a manter durante o tempo em que a ajuda é concedida, são extremamente rigorosos. Fiquei chocada por saber que as pessoas que beneficiam destes apoios são altamente discriminadas e apontadas na rua e nos supermercados, por exemplo, quando ela usa os chamados "food stamps", ou vales de comida que podem ser descontados.

    Gostei bastante de ler esta autobiografia e ficar a conhecer mais da realidade de um dos países mais ricos do mundo, ficar a conhecer aquilo que não se mostra nos filmes e nas séries. Uma realidade que em vários aspectos também existe por cá e certamente em muitos outros países...
Um livro que nos leva a refletir sobre o que é importante e se é num sistema assim que queremos viver. Uma história de vida que mostra como vivem os novos pobres: aqueles que trabalham longas horas e ainda assim não conseguem sobreviver e sair do limiar da pobreza. Mas é também uma história de resiliência, superação e segundas oportunidades.

Há uma série na Netflix inspirada neste livro, como o mesmo nome, que vou querer ver.


Classificação: 4/5


Agradeço à editora o envio de um exemplar.




SINOPSE

Quando Stephanie Land ficou grávida, como resultado de um romance de verão, os seus sonhos de estudar na universidade para se tornar escritora foram bruscamente interrompidos. Mãe solteira, sem estudos, sem dinheiro, sem ajudas que não as dos programas alimentares do governo dos EUA, sobreviveu e cuidou da filha a trabalhar como empregada doméstica para famílias de classes média e alta, saltando de abrigo em abrigo, de desalento em desalento.

Nesta autobiografia, que transforma numa violenta crónica social, Land escreve sobre as desesperadas histórias dos cidadãos estado-unidenses sobrecarregados e sub-remunerados, sempre abaixo de um limiar de pobreza, por mais que trabalhem, por mais que se esforcem.

Com uma escrita íntima e uma visão emotiva, Criada é também o exemplo da superação: os estudos feitos pela autora, à noite, até chegar à licenciatura e à oportunidade para reencontrar o caminho de uma vida própria.
Criada, bestseller do The New York Times, foi o livro que inspirou a série com o mesmo nome, em exibição na Netflix.

CRÍTICAS
«A desigualdade social dos Estados Unidos sob o olhar de uma mãe, um relato da luta de muitas famílias em busca de sobrevivência e um lembrete de que há dignidade em todo o tipo de trabalho.»
Barack Obama


domingo, 5 de junho de 2022

Opinião - Tempo de Mulheres de Carmen Korn

 






    Segundo livro da trilogia, a autora remete-nos para o período do pós guerra, entre 1949 e 1969. Continuamos a acompanhar estas quatro mulheres: Henny, Kathe, Ida e Lina. Agora também vamos acompanhar os seus filhos e conhecer esta nova geração no renascer das cinzas da segunda guerra mundial.

    Novamente este livro está recheado de momentos e referências histórias que nos ajudam a situar estas personagens na realidade da época: a construção do Muro de Berlim, o lançamento do Apolo 11, o surgimento das pílulas contraceptivas (que só podiam ser receitadas a mulheres casadas), dos Beatles e da televisão. Temas fortes e sensíveis como a doença, a infertilidade, o aborto e a homossexualidade são abordados neste segundo livro. Confesso que me perturbou bastante perceber como o casal homossexual desta história teve uma vida tão dura, vivendo como criminosos apenas por gostarem de alguém do mesmo sexo. Sendo crime na altura, o casal tinha de fingir que não eram amantes, nem viviam juntos, tendo inclusivamente de arranjar "falsas" namoradas para não desconfiarem da sua homossexualidade. Muito triste como perderam tantos anos juntos que podiam ter sido maravilhosos mas não foram...

    Gostei muito da continuação desta história e estou desejosa de ler o último livro que encerra a trilogia, pois, mais uma vez, a autora brindou-nos com um final que me aguçou bastante a curiosidade para ler o livro seguinte.

    Uma trilogia que recomendo para quem goste de um bom romance histórico.

    Leitura conjunta com a Sandra, a Bela e a Bruna.


    Classificação: 4/5

    Agradeço à editora o envio de um exemplar.

 
SINOPSE

Quatro amigas.
Duas guerras mundiais.
A fascinante história do século XX.

1949. A guerra terminou. Os nazis foram derrotados. A cidade de Hamburgo ficou reduzida a cinzas, muitos ficaram sem casa para a qual regressar. É preciso reerguerem-se dos escombros. É o que tenta fazer Henny, incapaz de esquecer o olhar da sua amiga Käthe naquele elétrico… Se Käthe sobreviveu à guerra, porque não entrou em contacto com ela? Lina abriu uma livraria e luta por levar o seu negócio adiante.

Ida está desiludida com a sua relação com Tian, apesar de tudo o que viveram juntos. Durante décadas, as quatro amigas partilharam a felicidade e a tristeza, as pequenas alegrias, bem como os momentos mais sombrios. Agora, os seus filhos crescem num mundo novo e também eles têm histórias para contar.

Começam, finalmente, os anos do milagre económico e das revoluções sociais, que marcaram as décadas de 1950 e de 1960: a construção do Muro de Berlim, o aparecimento da pílula contracetiva e da televisão, o início dos movimentos estudantis e a música dos Beatles. Mas ainda há um longo caminho a percorrer…

A tão aguardada segunda parte da trilogia que conquistou mais de 2 milhões de leitores em todo o mundo.