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terça-feira, 16 de novembro de 2021

Opinião - Os Loucos Anos 20 Diário da Lisboa boémia de Paula Gomes Magalhães

 







Lisboa, a nossa capital, é uma cidade que gosto muito de visitar, pois não vivo lá. Tem uma atmosfera que me encanta e que lhe é muito própria. Lisboa é linda!
Vivi em Lisboa enquanto estive a estudar e, sempre que podia, não perdia uma oportunidade de me armar em turista e visitava os seus recantos. Mas é uma cidade onde gosto de ir sem horas e sem horários, sem a pressão dos compromissos do dia-a-dia. 

Este livro faz-nos um relato do que foi a Lisboa dos anos 20, no período do pós Primeira Guerra Mundial onde as pessoas estavam sequiosas de alegria e cheias de esperança num futuro melhor. Um retrato muito interessante de como a cidade evoluía em várias áreas, à semelhança do que se passava no resto da Europa: o surgimento dos carros que eram mais acessíveis e sinal de status social; a moda feminina onde se mostrava cada vez mais a pele, passando pela masculinização da roupa feminina, o aparecimento de roupa desportiva para a prática do ténis ou da equitação, os acessórios como cada vez mais relevância (sapatos, chapéus e maquilhagem); a leitura de magazines e revistas, algumas dedicadas ao publico feminino; o cinema e os teatros também passaram a fazer parte da vida dos Lisboetas, como São Luiz, o Tivoli e o Parque Mayer; e a proliferação dos clubs noturnos e cafés onde os boémios passavam as noites a dançar, a beber e a jogar.

Claro que, apesar dos frequentadores destes espaços serem bastante diferentes, as classes desfavorecidas não tinham acesso a estas diversões por não terem capacidade económica para tais despesas. Mas havia também alguns cabarets e dancings mais acessíveis onde a classe operária se juntava. 

O golpe de maio de 1926 abanou a situação política, social e económica portuguesa, fazendo com que este ambiente boémio tenha-se refreado um pouco. Com o final dos anos 20, o crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929 os EUA entraram na chamada grande depressão. Apesar de não ter tido grande impacto em Portugal, com a chegada de António Salazar ao governo, com a pasta das Finanças em 1928, o ambiente de boémia e loucura começou a perde a sua força. Muitos espaços de diversão noturna começaram a fechar com a ditadura devido às regras cada vez mais restritivas que iam-lhes sendo impostas. 

Gostei da forma com a autora expos esta Lisboa que eu pouco conhecia, pois apesar de alguns de nomes me serem familiares, muitos deles eram-me desconhecidos. As ilustrações e fotos da época dão vida à palavras escritas e demonstram bem o cenário lisboeta dos anos 20. Foi fácil sentir-me transportada para muitos dos locais descritos e imaginar o ambiente que se vivia na época. Foi também interessante o nível de pormenor que, em certas situações, a autora chegou para mostrar todo este ambiente dos loucos anos 20 em Lisboa que certamente fazia um grande contraste com o restante país rural. Um livro que demonstra bem a importância que as expressões artísticas e culturais tiveram nesta fase da história da cidade de Lisboa.


Classificação: 3/5

Agradeço à editora o envio de um exemplar deste livro

SINOPSE

O mundo respirava de alívio. Saída da grande guerra, ao ritmo de charlestons e foxtrots, a Europa vivia um período de otimismo, esperança, progresso e de alguma excentricidade. E Portugal não queria ficar de fora destes loucos anos 20.

O país vivia uma profunda crise política, com os governos a sucederem-se a um ritmo de semanas ou até mesmo dias, e uma crise social e económica. Portugal estava à beira da bancarrota, com uma população analfabeta, a viver sem condições, sem trabalho e dinheiro para os bens essenciais. Acentuava-se o fosso entre os ricos e os pobres.

Nas ruas de Lisboa, a sociedade mundana desfilava liberdade e elegância: cortes de cabelo à garçonne, os mais recentes modelos vindos de Paris, automóveis cada vez mais velozes. Assistia a corridas de cavalos no hipódromo, praticava desporto, lanchava nas mais conceituadas pastelarias, frequentava cafés e vivia devotada às últimas novidades do lazer e diversão, como o telefone ou a máquina fotográfica, sem esquecer os eletrodomésticos que agilizavam a vida de todos os dias. De noite, frequentava clubes e cabarets requintados, onde a música e a dança se misturavam com o jogo, o fumo e o álcool até ao romper da madrugada.

A investigadora Paula Gomes Magalhães traça neste livro, amplamente ilustrado, o retrato vivo da mais louca e veloz década de que há memória.

sábado, 6 de novembro de 2021

Opinião - As Raparigas Perdidas de Angela Marsons

 





Apesar de não ser o primeiro livro publicado pela autora em Portugal, é o seu primeiro livro que leio.

Nesta história, Kim Stone, uma detetive, depara-se com um caso de um duplo desaparecimento de duas amigas de 9 anos de idade, a Amy e a Charlie. A mãe de uma deles deveria ter ido buscá-las à hora marcada a um centro de lazer mas o seu carro sofreu uma avaria. Receberam depois uma mensagem indicando que tinham sido raptadas, a avaria tinha sido afinal uma sabotagem no carro.

Rapidamente as famílias, já amigas de longa data, se juntam e recebem a instrução da policia para não comunicarem a ninguém o desaparecimento das meninas. Mais tarde recebem outra mensagem perturbadora. A família que oferecer mais dinheiro, verá a sua filha libertada em detrimento da outra menina que será morta... Como irão estas famílias amigas lidar com esta pressão toda?

Karen, a mãe de Charlie, tinha pedido que fosse a detetive Kim a liderar as investigações por terem sido amigas no tempo do liceu. E é na casa de Karen e do marido Robert que as duas famílias e a polícia estabelecem a "sede" da sua investigação.
Pouco depois vai acontecer um homicídio que poderá estar ligado ao rapto das meninas. É aqui que começa a verdadeira "caça ao homem" com a detetive Kim, o seu chefe Woodward e toda a sua equipa em ação.

Toda esta história está carregada de tensão e de suspense. Tratando-se de um rapto de crianças tão pequenas é impossível ficar indiferente à situação e à angústia que estes pais vão sentindo. Foi uma história que me cativou desde os primeiros capítulos, cheia de twists e segredos do passado que vão sendo desenterrados.

Um thriller com um bom ritmo ao longo de toda a trama que gostei muito de ler. Recomendo sem reservas e quero ler os restantes livros da série.

Classificação: 4/5


Agradeço à editora o envio do ebook.




SINOPSE

Charlie e Amy têm nove anos e são as melhores amigas. Num dia aparentemente igual a tantos outros, desaparecem sem deixar rasto. Para as suas famílias, começa então o pior dos pesadelos. Saberão por SMS que os seus piores receios se confirmam: as meninas foram raptadas. Numa segunda mensagem, o raptor inicia um leilão. O casal que oferecer mais dinheiro, voltará a ver a sua filha. O casal que ficar para atrás, não.

Ainda que em segredo, a guerra entre as duas famílias começa. A detective Kim Stone sabe que a contagem decrescente também: cada segundo conta, cada hesitação pode ditar a morte das crianças. O mistério por detrás do rapto pode estar na negra teia de segredos que o passado destas famílias esconde. Mas o relógio não pára. E alguém vai pagar o derradeiro preço.