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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Opinião - A Holandesa de Ellen Keith





Esta é um livro narrado em dois tempos e em dois locais: em 1943 em Amesterdão e em 1977 em Buenos Aires.

Conhecemos a história de Marijke e Theo, um jovem casal holandês que colaborava com a Resistência, que foram detidos e enviados separadamente para campos de concentração. Aí Marijke, para fugir aos trabalhos forçados e ter melhores condições de vida, aceita trabalhar no bordel do campo de concentração. Aos presos que melhor trabalhavam, eram-lhe concedida uma ida ao bordel como recompensa. Confesso que desconhecia a existência destes bordeis nos campos de concentração para uso dos prisioneiros. Acompanhamos o dia-a-dia de Marijke nesta sua nova vida, as suas angustias e como o seu pensamento estava sempre em Theo e na esperança de o encontrar.

Em Buenos Aires em 1977 a história começa com dois homens a levar da sua casa Luciano, um jovem universitário que tinha participado numa manifestação estudantil contra o actual regime. Os pais não sabiam para onde ele foi levado e rapidamente Luciano percebe que está num cativeiro juntamente com muitas outras pessoas.

Não é uma leitura fácil devido aos temas abordados. É sempre difícil conhecer histórias da 2ª Guerra Mundial e do Holocausto. Porém acho que é necessário conhecê-las e não esquecê-las. Mas é angustiante alguns dos relatos descritos no livro...
Gostei muito desta leitura, o livro é de leitura fácil e rápida. Os capítulos são curtos e a narrativa é alternada entre a história de Marijke e Luciano o que nos dá muita vontade de prosseguir na leitura.
É uma história triste, difícil, de resiliência mas onde a esperança está sempre presente.

Recomendo sem reservas!

Classificação: 5/5

Agradeço à Bertrand Livreiros pela cedência deste livro.



SINOPSE

Amesterdão, maio de 1943. Ao mesmo tempo que as túlipas florescem, os nazis intensificam a opressão à cidade ocupada e os últimos sinais da resistência holandesa vão sendo eliminados. Marijke de Graaf e o marido são detidos e deportados separadamente para campos de concentração na Alemanha. Em Buchenwald, Marijke é confrontada com uma escolha impiedosa: sujeitar-se aos cruéis trabalhos forçados impostos aos prisioneiros ou, numa tentativa de sobrevivência, tornar-se prostituta no bordel do campo. 

Do outro lado do arame farpado, Karl Müller, oficial das SS, espera alcançar a glória militar que o seu pai acalenta. Porém, o encontro com Marijke muda radicalmente o seu destino. 

Buenos Aires, 1977. Está-se em plena Guerra Suja, num cenário de repressão implacável sobre os dissidentes do regime que vigora então na Argentina. Luciano Wagner está detido numa cela, sem esperança de algum dia escapar ao cativeiro político. 

Da Holanda à Alemanha, até à Argentina, a Holandesa é um romance soberbo que narra a história de três pessoas que partilham um segredo sombrio e que faz um relato impressionante de dois dos regimes mais violentos e repressivos da história moderna. 

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