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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Opinião - Dias de outono de José Rodrigues

 





Depois de já ter lido os três romances do autor José Rodrigues e ter gostado muito de todos, assim que soube que ia ser editado uma nova obra fiquei com muita vontade de ler.

Nesta história que se centra em Miguel, vamos conhecer a sua vida e a sua família. Na casa dos 40 anos de idade Miguel trabalha há já alguns anos num banco. A sua mulher, Catarina é médica e têm em comum dois filhos: André de 17 anos e Tiago de 15.

Miguel começa a ter alguns problemas no trabalho, começa a sentir-se cansado e desmotivado. Além disso o filho mais novo começa a dar sinais de que algo não está bem com ele. Miguel fica bastante preocupado mas Catarina desvaloriza a situação e começa assim a surgir bastante tensão entre o casal. Miguel reflecte e acha que não tomou as decisões certas e prestou pouca atenção aos filhos, tendo colocado muitas vezes o trabalho em primeiro lugar. Sempre com o intuito de dar mais conforto à família, esquecendo-se, a meu ver, de que o tempo com a família é muito mais importante e precioso.

Miguel tem uma ligação muito forte com a Tia Teresa, que foi quem o criou depois da morte da mãe ainda muito novo. A Tia tem Alzheimer e está num lar especializado para este tipo de doença.
Já perto do fim há um acontecimento que me apanhou desprevenida e confesso que fiquei sem chão. 

Um livro muito bem escrito, uma história de família que aborda questões duras como a perda, a violência doméstica, mas também não deixa de ser uma história sobre segundas oportunidades e recomeços. Uma escrita muito fluída e simples que cativa desde as primeiras páginas.

Confesso que me foi difícil ler sobre a doença da Tia Teresa, a minha avó materna, também Teresa padeceu com a mesma doença, fiquei muito emocionada. Além de que também sofri uma perda grande e inesperada e por isso o acontecimento que referi foi para mim duro de ler. Mas são coisas que acontecem na vida, prova que as histórias do José Rodrigues podiam muito bem ser reais.

Queria ter sabido um pouquinho mais no final da história.

Parabéns ao autor por mais um excelente livro e por ter sido mantido o aspecto visual dos seus livros, com a inclusão das fotos que tanto gosto.

Classificação: 4,5/5


Agradeço à editora o envio de um exemplar.





SINOPSE

«O sentimento de felicidade pode dar medo. Medo de que, de repente, tudo se desmorone. Que o coração gele, depois de aquecer. Que a pele esfrie, depois de recolher os melhores pedaços do Sol.»

Os dias de Miguel são divididos entre a intensa atividade profissional e o apoio a Teresa, a sua tia, institucionalizada com uma doença irreversível. Na família encontra o conforto dos seus dias agitados, com Catarina e os filhos André e Tiago.
As alterações recentes na administração do banco onde trabalha, a degradação do casamento e os problemas vividos pelo filho adolescente levam Miguel a questionar as opções de vida. Ao mesmo tempo, retoma as memórias mais antigas, incluindo a sua vila no interior e a casa onde nasceu e viveu, criado por Teresa, num ambiente de permanente felicidade.
Quando o mundo de Miguel parece desabar, passado e presente unem-se numa longa jornada de salvação e de mudança de prioridades, onde o amor se transforma no principal caminho para a reconstrução da felicidade, mesmo quando a perda e a saudade pareciam não querer dar tréguas…

CRÍTICAS
«Gosto tanto de ler José Rodrigues, de ler nas suas histórias uma forma tão única de tornar todas as palavras mais bonitas e de por magia se transformarem em imagens inspiradoras. É de um grande bom gosto, sensibilidade e de uma profundidade que me deixa sempre um brilho no olhar. Escreve com o coração e com a paixão que nos leva numa viagem de cores ao sabor da emoção que lhe escorre da caneta.»
Cuca Roseta


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