Nesta obra de estreia da autora Ashley Audrain, vamos conhecer a Blythe, a narradora desta história. Ela é casada com Fox.
Nas primeiras páginas temos um relato de Blythe a explicar que escreveu um livro para entregar a Fox onde explicar tudo o que aconteceu e sentiu. As páginas seguintes são então o relato de Blythe.
O casal tinha uma vida e um casamento feliz, estável, até que nasceu a primeira filha, Violet. Blythe não se sentiu imediatamente feliz nem ligada à filha, chegou a pensar-se em estaria a sofrer de uma depressão pós parto. Mas também não sentia a filha ligada a ela. Blythe é escritora e por isso trabalha em casa, era ela que ficava com a filha a tempo inteiro. Ela sentia-se triste e algo preocupada com o comportamento da bebé. Fox desvalorizou, achando sempre que a Blythe tinha uma depressão.
Violet começou a ter vários comportamento estranhos ao longo do seu crescimento, inclusivamente no jardim escola com os outros meninos. Até que uma situação muito grave acontece num parque infantil envolvendo Violet e Blythe fica aterrada mas cheia de dúvidas do que viu. A dúvida constante que se abate sobre Blythe é muito perturbadora e a autora consegue transmitir tão bem esse sentimento na sua escrita.
Ao longo deste relato de Blythe, há alguns capítulos onde a autora recua no tempo para nos contar como foi a infância de Blythe, a sua relação com a mãe Cecília. Ela tinha problemas do foro mental e acabou por abandonar a filha e o marido quando Blythe tinha cerca 10 anos de idade. Mas vamos também testemunhar a relação de Cecília com a sua mãe Etta, avó de Blythe. Todas estas mulheres e mães tiveram uma infância infeliz e traumática onde a relação mãe-filha fugiu dos padrões normais...
Blythe decide ter outro filho e quando Sam nasce a Violet derrete-se com o irmão e mudou o seu comportamento com a mãe. Blythe andava feliz com o bebé e com a alteração radical do relação da filha com ela. Até que uma tragédia se abate sobre a família...
Adorei este livro! É uma história muito bem contada, com uma história original, chocante e perturbadora mas que deixa o leitor viciado desde o início. Uma história que desfaz o mito da maternidade cor de rosa, perfeita e feliz, onde as doenças mentais têm uma forte presença.
Apesar de ter previsto algumas situações que aconteceram nesta narrativa, não me tirou a vontade e a ansia de querer chegar ao fim. O final deixa espaço para uma continuação, o que seria muito bom se houvesse.
Recomendo muito este thriller psicológico altamente viciante e perturbador para quem gosta deste género de leitura. Um livro que, de certeza, não vou esquecer!
Classificação: 5/5
Agradeço à editora o envio de um exemplar.
SINOPSE
Blythe Connor está determinada a ser a mãe afectuosa e solidária que nunca teve. No entanto, no auge dos esgotantes primeiros dias de maternidade, Blythe convence-se de que alguma coisa não está bem com Violet.
Com o passar do tempo, a sensação agrava-se: a filha é distante, rejeita o afecto e revela-se cada vez mais perturbadora. Ou estará tudo apenas na cabeça de Blythe?
O marido diz que ela está a imaginar coisas. Quanto mais Fox ignora os seus receios, mais ela se questiona sobre a sua própria sanidade mental.
Quando nasce o filho mais novo, tudo parece melhorar: Blythe sente com Sam a ligação que sempre imaginou; Violet acalma e parece adorar o irmão mais novo.
Mas, de repente, tudo muda e Blythe não poderá mais ignorar a verdade sobre o seu passado e sobre a sua filha. Onde está a verdade quando tudo tem duas caras?
CRÍTICAS DE IMPRENSA