Este romance transporta-nos para a década de 1930, altura da Grande Depressão, para os EUA, em concreto para o estado do Oklahoma.
A história é narrada por Tom Joad, um dos seis filhos do casal, acaba de sair da prisão, depois de 4 anos de encarceramento. Tom regressa à quinta da família para encontrar uma devastação completa provocada pelo tempo seco e tempestades de poeira que destruíram as plantações. Mas também devido ao início do uso de maquinaria que veio substituir a mão de obra. Havendo falta de trabalho, os bancos vieram logo cobrar os seus créditos, levando à pobreza da família e à escassez de comida.
A família Joad decide vender o pouco que tem e rumar para oeste, para a Califórnia, onde pensam existir muito trabalho disponível nas plantações. A narrativa centra-se nesta longa viagem até ao seu destino final. Ao percorrerem a Estada 66 encontraram tristeza, amargura e desanimo, mas também unidade, companheirismo e generosidade daqueles que foram encontrando pelo caminho, na mesma situação.
Li este livro na altura da polémica dos imigrantes trabalhadores agrícolas
de Odemira, e facilmente esta história me fez lembrar esta realidade. Foi uma época
que existiu um grande êxodo das famílias desta zona dos EUA em busca de
trabalho e comida. E por haver muita oferta de mão de obra, os proprietários
das terras e plantações aproveitaram-se do desespero dos trabalhadores para
abusarem e explorarem estas pessoas. As condições de trabalho eram muitas vezes
desumanas, tal como os locais onde pernoitavam. O autor mostrou bem o poder dos
patrões sobre os trabalhadores, uma desigualdade gritante.
É lamentável que quase 100 anos depois ainda haja este tipo de
exploração…
Gostei muito de ter lido este livro, a narrativa é algo lenta, mas apreciei e não me tirou a vontade de continuar a ler sobre a luta desta família. Um retrato muito cru e real do que foram estes difíceis anos nestas zonas rurais dos EUA. Uma saga familiar que aborda assuntos ainda muito atuais e que merece ser lida.
As Vinhas da Ira ganhou o prémio Pultizer em 1940 e John Steinbeck foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura em 1962.
Uma
leitura conjunta que fiz para o projecto "Ler Steinbeck" da Dora Silva do canal Livros à Lareira com Chá. Obrigada
Dora, sem este projeto muito provavelmente não teria lido esta história.
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.
Na década de 1930, as grandes planícies do Texas e do Oklahoma foram assoladas por centenas de tempestades de poeira que causaram um desastre ecológico sem precedentes, agravaram os efeitos da Grande Depressão, deixaram cerca de meio milhão de americanos sem casa e provocaram o êxodo de muitos deles para oeste, rumo à Califórnia, em busca de trabalho. Quando os Joad perdem a quinta de que eram rendeiros no Oklahoma, juntam-se a milhares de outros ao longo das estradas, no sonho de conseguirem uma terra que possam considerar sua. E noite após noite, eles e os seus companheiros de desdita reinventam toda uma sociedade: escolhem-se líderes, redefinem-se códigos implícitos de generosidade, irrompem acessos de violência, de desejo brutal, de raiva assassina. Este romance que é universalmente considerado a obra-prima de John Steinbeck, publicado em 1939 e premiado com o Pulitzer em 1940, é o retrato épico do desapiedado conflito entre os poderosos e aqueles que nada têm, do modo como um homem pode reagir à injustiça, e também da força tranquila e estoica de uma mulher. As Vinhas da Ira é um marco da literatura mundial.
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