Este é o primeiro livro que leio da autora, apesar de ter O Quarto de Jack na estante. Gostei bastante da sinopse e fiquei muito curiosa com a história.
O cenário deste romance histórico é Dublin, 1918, já no final da 1ª Guerra Mundial, e onde há uma gripe desconhecida que se está a disseminar. Vamos conhecer Júlia Power, enfermeira, que trabalha na maternidade de um hospital da cidade. Todas as mulheres estão grávidas e contraíram esta gripe. Devido à guerra e à pandemia, o hospital está sobrelotado, há falta de médicos, enfermeiros e ajudantes. Muitos estão doentes ou em quarentena e a enfermeira Júlia tenta dar o seu melhor neste cenário desolador de guerra.
Esta história é o relato de 3 intensos dias na vida de Júlia enquanto enfermeira neste hospital. Conhecemos as suas pacientes, as suas histórias de vida mas também como Júlia tentar ajudar as pacientes, os meus filhos, como lida com a falta de médicos, como ajuda os bebés a nascer e como lida com o pior da sua profissão.
Após pedir mais pessoal para a sua enfermaria, pois ficava muitas horas sozinhas com as suas pacientes, em turnos infindáveis, surge Bridie, uma jovem ajudante voluntária e inexperiente que Júlia rapidamente ensina para a poder auxiliar nas suas tarefas. E juntas vão passar por muito, tendo nascido entre elas uma amizade especial, pois o pouco tempo que trabalharam juntas foi muito intenso.
É um relato muito cru, pormenorizado e muito visual do que ambas fazem para ajudar as pacientes com as suas maleitas. Como ajudam estas mulheres a ter os seus filhos. E estas mulheres passam por tanto: há falta de medicamentos, há falta de médicos, há falta de material médico... e fazem o possível e o impossível. Mas no meio de tantas adversidades, há espaço para amizades, desabafos, esperança e algumas alegrias.
Apesar de ser um livro bastante descritivo, mesmo na parte dos cuidados médicos a estas mulheres, foi uma história que me prendeu desde cedo. É interessante perceber como a medicina evoluiu tanto nestes 100 anos, como havia tantos partos que corriam mal para a mãe e para o bebé que, hoje em dia, teriam certamente corrido bem.
A autora conseguiu transmitir toda a azafama, a desorganização e, em certos momentos, o caos desta maternidade, a luta constante por manter estas mulheres vivas, as decisões que Júlia teve de tomar, muitas vezes sem estar habilitada para tal.
A história é muito centrada nestes três dias na vida destas mulheres mas gostaria de ter sabido um pouco mais da vida de Júlia e do irmão Tim, achei o final um pouco apressado.
É uma história forte, poderosa sobre mulheres que gostei muito de ler. O desfecho é muito emotivo e deixou-me bastante emocionada. Deixou espaço para uma continuação que não sei se irá acontecer.
Classificação: 4/5
Agradeço à editora o envio de um exemplar.
Foi uma leitura conjunta com 20 meninas organizada pelas booktubers Dora Silva, Beatriz, Carla Augusto e Filipa Ledezma. Obrigada pela ideia, gostei muito desta experiência!
SINOPSE
Dublin, 1918.
Numa Irlanda duplamente devastada pela guerra e doenças, a enfermeira Julia Power trabalha num hospital sobrelotado e com falta de pessoal, onde grávidas que contraíram uma gripe desconhecida são colocadas em quarentena. Neste contexto já bastante difícil de gerir, Julia terá ainda de lidar com duas mulheres enigmáticas: a Dra. Kathleen Lynn, procurada pela polícia por ser uma líder revolucionária do Sinn Féin, e uma jovem ajudante voluntária sem experiência de enfermagem, Bridie Sweeney.
É numa enfermaria minúscula, escura e sem condições, que estas mulheres vão lutar contra uma pandemia desconhecida, perder pacientes, mas também trazer novas vidas ao mundo. No meio da devastação, histórias de amor e humanidade no dia a dia de mães e cuidadoras que, de várias formas, acabam por cumprir missões quase impossíveis.
CRÍTICAS DE IMPRENSA
«A partir de material histórico sombrio, Donoghue criou um romance de coragem que parece um thriller, repleto de sequências e ação emocionantes»
Washington Post
“Não acredita que a história se repete? Leia este livro. É um romance impressionante. A dança das estrelas passa-se quase inteiramente numa única sala e desenrola-se ao ritmo de um thriller.”
New York Times
"O melhor romance de Donoghue desde O Quarto de Jack"
Kirkus Reviews
Fiquei muitooo curiosa :)
ResponderEliminarjiaescreve.blogspot.com
Vale a pena ler :)
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